Seguro de vida como reforço no planejamento financeiro

Ter uma reserva financeira é importante e há dois caminhos para criar uma poupança: reduzir despesas ou aumentar receitas. O primeiro passo é ter a consciência de que além de montar uma boa reserva financeira é preciso investir na proteção da família. Essa consciência gera motivação para poupar e, com isso, as pessoas acabam encontrando um jeito de guardar dinheiro. Mas será que os brasileiros estão fazendo a lição de casa? Infelizmente, a resposta é não. De acordo como Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), 65% da população não possui qualquer tipo de reserva financeira.

“Na parte da redução de gastos, é muito importante reunir-se com a família e realizar um orçamento pessoal. O orçamento serve para o planejamento de onde o dinheiro será usado. Pode ter certeza: se você não tiver esse controle, é o dinheiro que acabará tomando o controle da sua vida”, alerta o especialista em investimentos, Ramiro Gomes Ferreira.

A parte de aumento de receitas é um pouco mais sutil. Ela pode vir de duas fontes: da maior qualificação profissional ou da criação de uma nova fonte de receita. No primeiro caso, é importante desenvolver novas qualidades e se destacar dentro do mercado. No segundo, as pessoas podem fazer “bicos” de acordo com suas habilidades.

Considerando que mais da metade dos brasileiros não contam com dinheiro guardado para imprevistos, uma questão ainda mais delicada preocupa. Qual será o impacto financeiro para um filho, que ainda não é financeiramente independente, caso o pai ou a mãe venha a falecer nos próximos anos? Aqui, um seguro de vida deverá ser contratado. O produto se encaixa dentro de um planejamento financeiro familiar, especialmente quando existem pessoas que dependam financeiramente do segurado.

“A ferramenta auxilia o beneficiário em um momento importante e delicado da vida, que é a perda de alguém próximo. Além de toda a questão familiar e emocional, essa perda pode gerar uma grande instabilidade econômica para a família. Estamos falando desde custos de inventário e impostos sobre herança até a perda de uma fonte de renda familiar”, lembra Ferreira.

Curiosamente, entre os 11 países pesquisados em um levantamento realizado pela Universidade Oxford, o Brasil aparece com o menor número de pessoas com o seguro de vida. Apenas 19% da população conta com o produto – o Reino Unido fica logo atrás, com 21% –, enquanto que a média global é de 32% de segurados. “O seguro de vida individual ainda é visto como um custo sem retorno”, explica a diretora de Consultoria de Saúde e Benefícios da Aon Brasil, Rafaella Matioli.

Eles reagem

Embora os produtos relacionados ao seguro de vida ainda tenham uma penetração pequena, eles estão em expansão e ganham espaço. Números da Federação Nacional de Previdência e Vida (FenaPrevi) indicam que de janeiro a junho deste ano foram pagos R$ 16,68 bilhões em prêmios no mercado de seguros de pessoas – R$ 1,18 bilhão nos seguros de vida. Segundo a própria Federação, o seguro de vida é o produto com maior representatividade no setor de seguros de pessoas. Isso acontece porque as companhias tendem a perceber que o produto deve ser encarado como um amparo para a família e uma possibilidade de recomeço e os colaboradores começam a entendemo valor do benefício. Das 536 empresas ouvidas pela Pesquisa de Benefícios da Aon, por exemplo, 62% oferecemo seguro por liberalidade. Outras 38% oferecem por convenção coletiva, 64% pagam integralmente o benefício e 32% dividem o custo com o funcionário.

No entanto, as corporações não devem encarar esses valores como custos. “Os benefícios são investimentos importantes para garantir a atração e a retenção de talentos. O seguro de vida é percebido e valorizado pelos colaboradores e a liderança deve comunicar de forma estratégica assuas vantagens”, frisa Rafaella.

Superintendente comercial Varejo da Icatu Seguros e presidente do Clube Vida em Grupo São Paulo (CVG-SP), Silas Kasahaya também atenta para o fato de que o produto evoluiu no Brasil através dos planos empresariais, principalmente nos últimos 30 anos, quando a formação dos colaboradores das empresas se tornou cada vez mais necessária. “O vida em grupo passou a ser visto até como diferencial na hora de contratar um funcionário. Além disso, a pressão dos sindicatos fez com que a obrigatoriedade ajudasse nesse crescimento”, diz.

Fonte: Revista Apólice, por Lívia Sousa.

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